Bandeira da República Portuguesa

Bandeira da República Portuguesa
Bandeira da República Portuguesa desde 30 de Junho de 1911 ( menos de um ano após a revolução republicana de 5 de Outubro de 1910 )

2012/10/20

Arístides Sousa Mendes ( 1885 / 1954 )


Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches nasceu a 19 de Julho de 1885, em Cabanas de Viriato (Carregal do Sal), localidade situada a cerca de 30km a sul de Viseu. Pertencia a uma família aristocrática e católica da Beira-Alta. O pai, José de Sousa Mendes, terminou a carreira de juiz no Tribunal da Relação de Coimbra. A mãe, Maria Angelina do Amaral e Abranches, também da região, descendia da “Casa de Midões”, uma Casa com tradições “Liberais”. Aristides de Sousa Mendes tinha um irmão gémeo, César, e um irmão mais novo, José Paulo.
Aristides cursou Direito na Universidade de Coimbra, juntamente com seu irmão César, tendo sido um dos seis melhores estudantes do seu curso. Depois de se licenciar, em 1907, com 22 anos, fez o estágio de advocacia, tendo defendido alguns casos no início da sua carreira.
Em 1910, ainda durante a monarquia, Aristides e César ingressaram na Carreira Diplomática. Aristides exerceu funções como Cônsul de
Carreira na Guiana Britânica, em Zanzibar, no Brasil (Curitiba e Porto Alegre), nos Estados Unidos, (San Francisco e Boston), em Espanha (Vigo), no Luxemburgo, na Bélgica e, finalmente, em França (Bordéus).
Casado com sua prima direita Maria Angelina, em 2009, a família de Aristides de Sousa Mendes foi crescendo a par da sua carreira diplomática. Assim, quatro dos seus filhos nasceram em Zanzibar, dois no Brasil, dois nos Estados Unidos, um em Espanha, dois na Bélgica e três, perfazendo o total de 14, em Portugal. Valorizando a presença da família, Aristides de Sousa Mendes optou por nunca dela se separar, assegurando a educação dos seus filhos, em todos os países por onde passou.

Com o eclodir da Segunda Guerra Mundial e o exército alemão a avançar pela França dentro no Verão de 1940, Bordéus, cidade fronteiriça entre França e Espanha, torna-se refúgio de muita alma fugida do norte da Europa e o consulado português é visto como a "tábua de salvação" por milhares de pessoas que lá se amontoam na esperança de obterem um visto de entrada ou salvo-conduto para puderem atravessar Espanha e entrar em Portugal com destino ao continente americano.
Contrariando a circular n.º 14, de 13 de Novembro de 1939, que proibia a concessão de vistos a certas categorias de refugiados, especialmente judeus, Aristides, depois de passar vários dias de cama com febre e espasmos nervosos, face à desgraça humana que desfilava pelas ruas de Bordéus, toma a decisão, movido pela sua consciência, de passar vistos a todos quantos necessitem. Num ímpeto, a notícia corre célere entre os refugiados: o cônsul português dava vistos e o casarão nas margens do rio Garona é "invadido" por judeus, polacos e outros indesejados aos olhos dos nazis. Impossível se torna controlar aquela multidão em desespero, e em plena conjugação de esforços com a mulher, os filhos e José Seabra, secretário consular, os passaportes são recolhidos em sacos e três dias a fio o diplomata não se deita para assinar interminavelmente o documento que permitia a vida e a salvação. Dias mais tarde, desloca-se ao consulado de Baiona, que se encontra sob jurisdição do de Bordéus, onde empreende uma nova "operação de salvamento", chegando ao ponto de mandar colocar uma mesa do consulado na rua, para facilitar a passagem de vistos. Salazar, ao tomar conhecimento da insubordinação de Sousa Mendes, dá instruções para que este regresse de imediato a Lisboa, escoltado por dois diplomatas, sob prisão.
Com este gesto, Aristides salvou a vida a mais de trinta mil refugiados - um terço deles judeus

A 23 de Junho de 1940, Salazar determina o seu afastamento do cargo, e envia o Embaixador Teotónio Pereira. Em Portugal, Sousa Mendes solicita, em vão, uma audiência a Oliveira Salazar, mas este Salazar determina, a 4 de Julho, a abertura de um processo disciplinar ao diplomata que é instaurado a 1 de Agosto de 1940.
Como consequência, Aristides de Sousa Mendes é afastado da Carreira Diplomática e afastado de qualquer actividade profissional, sendo ostracizado pelos seus pares, familiares e amigos. Os filhos, perseguidos e não podendo encontrar trabalho em Portugal, são obrigados a emigrar.
Dois deles, logo em 1943, juntam-se ao exército americano e até participam na invasão da Normandia a 6 de Junho de 1944.
A 4 de Julho de 1940, Salazar ordena a abertura de um processo disciplinar contra Aristides de Sousa Mendes.
O processo é instruído por Francisco de Paula Brito Júnior a partir de 19 de Agosto
. A 30 de Outubro Salazar condena-o a «um ano de inactividade, com direito a metade do vencimento, devendo em seguida ser aposentado». No entanto, esta determinação não é cumprida, sendo Sousa Mendes pura e simplesmente expulso da carreira, sem passar à situação de aposentação. Fica interdito até de trabalhar como advogado.
Elabora a sua própria defesa, argumentando que agiu em defesa dos valores éticos e humanitários e solicita por diversas vezes uma audiência a Salazar, que nunca o recebe e se mantem implacável na sua decisão.
Entre 1940 e 1954, Aristides entra num processo de “decadência”, perdendo, mesmo, a titularidade do seu gesto salvador pois, Salazar apropria-se desse acto. Através da propaganda do Estado Novo, os jornais do regime louvam Salazar: “Portugal sempre foi um país cristão” é o título de um Editorial do Diário de Notícias do mês de Agosto de 1940, em que Salazar é louvado por ter salvo refugiados no Sul de França. Até Teotónio Pereira, reclama, nas suas “Memórias”, a acção de Aristides de Sousa Mendes como sendo de sua autoria! O cônsul morre a 3 de Abril de 1954.
Um dos muitos documentos falsos emitidos para salvar judeus


Outros não judeus que ajudaram a salvar milhares de pessoas durante a 2ª guerra Mundial.

Raoul Wallenberg

Muitos foram os civis anónimos que, pelo mundo, ajudaram a salvar milhares de judeus destinados ao extermínio. Certo é que muitos continuam por conhecer, pois que a sua identidade se manteve sempre escondida por motivos de segurança. 
Raoul Wallenberg, nascido em Estocolmo, na Suécia ,em 4 de Agosto de 1912. foi uma fígura de destaque. Em Israel, uma árvore foi plantada em sua homenagem no "Bosque dos Justos".
Clica no seu nome e abrirás uma página que fala sobre ele.


E ainda outros que se conhecem.
Se quiseres saber a sua história procura na net.


 

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